25 julho 2017

Sobre os Limões que a Vida nos Dá




Dá próxima vez a gente usa uma joelheira
Tive uma epifania no banho (ou depois dele, não sei bem). É assim que chamo aqueles estalos de compreensões que a nossa mente nos proporciona durante o banho. Fico me perguntando por que isso só me acontece no banho, depois dele ou pouco antes de dormir. Mas enfim, sobre os "limões"... Não acredito em sorte, nem em azar e muito menos em destino, porém, já faz algum tempo que eu venho pensando em como infortúnios casuais me perseguem.

Nada sério, mas sabem aquelas situações irritantes da vida, como a de encher uma sacola de compras, passar o cartão, (aquele do qual você ligou para o banco, mantém o pagamento em dia e tem certeza que tem crédito) e o cartão não passar na máquina na hora do pagamento?! Aí a atendente olha bem pra tua cara e você consegue ler a mente dela, "pobre, deve estar com a fatura atrasada", mas da boca dela (com um sorriso falso enorme) só sai: "seu cartão não foi aceito!". Por inúmeras vezes, INÚMERAS MESMO, isso já aconteceu comigo, eu nem sei quantas vezes eu já fiz a egípcia pra todo mundo e fui embora da loja sem minha sacola de compras. 

Mais recentemente, não foi questão de vergonha, mas de violação. O carro do meu marido ~que é meu também~ foi aberto, roubaram o step e a bateria. Eu fico me perguntando se esse tipo de coisa só acontece comigo, eu acho que não, mas na hora, só achamos que isso acontece com a gente mesmo.


O maior infortúnio que já me aconteceu foi quando eu tinha uns dez anos de idade e viajava com a minha família para o norte do Paraná. Eram dez horas de viagem dentro de um carro. Qual o pior pesadelo que pode acontecer durante uma viagem de carro? Além claro, da vontade de fazer xixi e não ter lugar para se aliviar, vocês terão que concordar comigo que se o carro parar de funcionar, com certeza será uma situação horrível não é mesmo? Pois bem, voltando a minha história, quando estávamos a alguns Km de chegar no destino, o carro começou a soltar uma fumaça esquisita. Eu não sei nada sobre mecânica, mas, afim de terminar a viagem, a cada 3Km meu pai parava o carro para colocar água no carburador. Nessa velocidade, já estava ficando noite e não tínhamos chego na cidade de destino ainda. Para resumir a história, dormimos dentro do carro, que ficou estacionado em um posto de gasolina, e pra piorar a situação, fez MUITO FRIO E CAIU UM TEMPORAL naquela noite.

Nessas horas a gente fica procurando um motivo, um culpado, qualquer coisa que possa aguentar a nossa frustração. Eu era uma criança, aos meus olhos aquilo tudo era uma grande aventura, mas lembro que minha mãe colocou a culpa no meu pai, pois ele é quem havia comprado um carro "antigo" que poderia dar problemas, e apesar de ter feito manutenção no carro antes da viagem, pode ser que minha mãe tenha um pouco de razão, pois sei que em relação à sua moto ele cuidava muito mais, sempre levava à Honda auto peças, afinal, eu ia com ele. Mas enfim, depois que a coisa toda aconteceu acredito que nem valia mais a pena procurar a quem culpar. Terminamos nossa viagem no dia seguinte e assim que chegamos no destino o carro foi pra mecânica. Depois desse dia minha mãe nunca mais viajou com o meu pai e seus carros antigos. 

De certa forma, as desventuras da vida nos proporciona aprendizado. Já passei por tantas situações que tento ser o máximo prevenida possível para não passar de novo por aquilo, ou pelo menos, para diminuir o sentimento de mal estar, mas, quando não é possível, eu tento me divertir com os acontecimentos, veja bem, futuramente posso contar aos meus filhos ou sobrinhos sobre essa história louca de um dia ter dormido no carro, ou da vez em que eu sentei no ferro de passar ainda quente, quando eu cheguei no cinema e logo depois foi anunciado que havia acabado os ingressos do filme que eu queria assistir... Por que né... a vida é assim, coisas boas e ruins acontecem, se não fosse dessa forma, estaríamos apenas sobrevivendo e não vivendo, cheios de histórias para contar. Além disso, na pior das hipóteses, ainda é possível fazer uns origamis bem bacanudos com os papéis de trouxa que a gente passa.


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